A DESCOBERTA DO GUIA (NICO) E A MOVIMENTAÇÃO DO SOL.

"Preocupado em saber se estava indo na direção certa ele subiu em uma árvore e olhou ao seu redor e percebeu que estava entre o sol e a pedra furada, então ele ficou sem direção, pois ele deveria seguir contra o sol partindo da pedra furada(portal) só que ele não iria conseguir, pois ele estava entre um e outro, confuso ele encostou a um tronco de árvore e ali adormeceu profundamente.

Depois de dormir por algum tempo, veio uma leve e fina chuva que lhe acordou devido os pingos gelados, ele ainda confuso, avistou um pequeno animalzinho que pulava de galho em galho e surpreendentemente o seu amigo tula não latia com aquela criatura, e para sua surpresa aquela criatura veio em sua direção e subiu em seu ombro e gritando repetidamente como-se tivesse tentando lhe mostrar alguma coisa e saiu na direção do sol, mas o cabeça chata achava que aquela direção estava errada, só que como ele estava confuso só lhe restava seguir o animalzinho porque parecia que ele estava tentando mostrar o caminho onde ele desejava chegar.

Ao entardecer ele encontrou uma enorme pedra que debaixo dela dava para ele passar a noite protegido junto com seus dois amigos, pois sob ela havia uma espécie de pequena caverna, mas o suficiente para se acomodar e ali eles dormiram protegidos, o cabeça chata no centro, o tula à sua direita e o sagüi que agora vamos chamar de Nico à sua esquerda, ao amanhecer os três continuaram a jornada e o sagüi indo na direção contraria do sol e sem questionar o cabeça chata continuou a seguir o Nico, quando foi chegando a tarde o sagüi começou a caminhar na direção a favor do sol, então o cabeça chata desconfiado que não estivesse indo na direção certa resolveu subir em uma enorme árvore e ao chegar ao topo ele avistou o portal e percebeu que estava cada vez mais distante mesmo caminhando a favor do sol.

Isso fez com que ele entendesse a movimentação do sol e agora ele confiava plenamente no seu guia Nico, depois de caminhar por muitos dias ele resolveu subir em uma árvore e o sol estava no meio do céu, então ele girou o pescoço para olhar ao seu redor e avistou um pássaro voando bem alto e o mesmo estava sobrevoando um enorme clarão que vinha de uma grande serra e levado pela curiosidade ele foi até lá e chegando ao pé da serra ele estava diante de um enorme lajedo (rocha)" continua...

O CABEÇA CHATA SALVO PELA SEGUNDA VEZ PELO CÃOZINHO TULA

O PORTAL MÁGICO

"Ao cair ele sentiu uma fina dor na barriga e o chão já estava próximo e ele acreditava que ao cair sobre aquela rocha só sobrariam pedaços de carnes e ossos separados, este pensamento lhe deixou desesperado, só que de repente ele ouviu um eco e com isso ele acordou no mesmo lugar onde ele tinha adormecido só que agora não tinha nenhuma corrente de vento e tudo estava calmo e tranqüilo, só ouvia-se o fino latido do tula que estava lá em baixo pedindo repetidamente que o cabeça chata voltasse.

Depois de passar algum tempo se recuperando do susto ele começou a se perguntar. Será que se o tula não tivesse latido para me acordar e eu tivesse caído realmente na rocha eu estaria vivo agora, o cabeça chata só tinha certeza de uma coisa, o seu cãozinho já tinha lhe salvo pela segunda vez.

O cabeça chata levantou-se, abriu os braços e percebeu que não conseguia voar, olhou para o leste viu o sol, então ele pensou, no sonho eu estava num lugar que tinha algo que brilhava e ao olhar para o sol eu via a pedra furada, sendo assim é só eu caminhar na direção contraria ao sol que chegarei naquele local fascinante.

E ali começou um pensamento de aventura, pois aquele sonho estava querendo lhe mostrar como chegar naquele lugar, e com certeza ele iria à busca desta conquista, com um impulso natural de aventura o cabeça chata deixou amanhecer e seguiu contra o sol na busca daquele lugar cheio de luz, junto dele estava o inseparável amigo tula, eles caminharam, caminharam e nesta caminhada o cabeça chata começou a perceber que havia uma série de espécies de animais e plantas e outras criaturas que ele não sabia definir o que era ele só tinha uma certeza, se aquelas espécies conseguiram sobreviver e se evoluir, os seus filhos que foram embora e se tornaram caboclos do mato também poderiam estar vivos, pois eles estavam em vantagens por serem munidos de uma coisa chamada inteligência.

Ao pensar na possibilidade de seus filhos estarem vivos ele começou a lembrar do sonho e naquele sonho ao sobrevoar um aglomerado de pedras ele sentiu uma sensação de que naquele lugar havia seres semelhantes a ele ou quem sabe talvez o seus próprios filhos estavam lá, só que ele não estava indo para aquele aglomerado de pedras e sim para um possível serra onde havia uma luz que brilhava intensamente" continua...

O CABEÇA CHATA SOBE NO PORTAL SEM SABER QUE NÃO PODERIA.

Qual a sensação de estar dentro do portal?

"A cada descoberta o Cabeça Chata ficava imaginando se seus filhos já tinham descoberto tudo o que ele já tinha descoberto e com isso ficava imaginando uma forma de encontrar seus filhos ou pelo menos vestígios deles, e talvez quem soubesse ele não encontrasse uma nova parceira, como tudo que ele tinha conseguido e todas as descobertas foram guiadas pela força estranha, num flex. de pensamentos ele decidiu que iria até a pedra furada e foi, ao chegar lá ele subiu na mesma para saber se ele conseguiria se comunicar com aquela força estranha ou até mesmo vê-la.

Ao estar dentro do anel (portal) ele percebeu que não poderia estar ali e quando de repente veio uma rajada de vento como se tivesse pedindo que descesse, ele decidiu em descer, mas foi envolvido pelo vento e não era um vento comum, pois ele não tinha direção certa, tinha vento do norte, sul, leste e oeste e esses ventos eram compostos de correntes quentes e frias ao se juntarem ao redor do cabeça chata começaram a circular em torno do mesmo.

  

Com muito medo suas pernas começaram a tremer e ele não conseguia se sustentar em pé, então ele se encostou à parede da rocha e como se tivesse tomado um calmante ele adormeceu e caiu em um profundo sono onde veio a sonhar, neste sonho ele levantava do local onde ele estava e abria os braços e em seguida começou a voar, voando cada vez mais alto sem destino, talvez ele estivesse tentando migrar para o seu lugar de origem levado pelo seu subconsciente que estava armazenado a sua viagem no espaço em direção à terra, quando ele era apenas uma célula especial e sem pensar em voltar ele subia, subia, só que aquela procura era em vão, pois seu lugar de origem já não mais existia porque a explosão do big- bang desintegrou o seu lar e de todos os outros seres que conseguiram sobreviver assim como ele, talvez esta é a resposta para a insistência do homem em desbravar o espaço.

Então pairando no ar como um beija-flor ele começou a observar toda aquela imensidão de árvores, morros e serras azuis e o seu olhar buscava ligeiramente um vestígio de alguns dos seus filhos, ou pelo menos que eles estavam vivos e que ali eles tinham passados, esta vontade de encontrar seus filhos lhe angustiou por fazer com que a saudade apertasse ao peito.

Sua angustia também era por motivo dele estar no espaço a caminho do local onde seus ancestrais viviam e não era possível prosseguir, pois este lugar não passava de um imenso vazio devido ao big-bang, voltando a pensar no que ele tinha deixado na terra ele se lembrou do seu amigo tula que ele tinha deixado ao pé do portal e o mesmo devia estar angustiado por estar sozinho, então ele se perguntava insistentemente, como será que esta o tula, será que ele ainda se encontra lá, esta duvida fez com que o cabeça chata sentisse o desejo de voltar e ficar com o seu cãozinho.

Ao tentar voltar voando ele percebeu que não conseguiria, pois aquele vento estava lhe conduzindo e tinha domínio total sobre o seu corpo e suas habilidades, então sem opção ele deixou o seu corpo ser levado pelo vento e de repente ele estava sobrevoando uma serra e algo nela brilhava intensamente e piscava constantemente e aquilo lhe deixou fascinado.

Então ele olhou na direção do anel de pedra (pedra furada) e viu o sol acima e atrás do mesmo, com isso ele concluiu que se caminhasse na direção contraria do sol partindo do portal ele chegaria naquele local magnífico, e neste meio tempo ele foi levado por outra corrente de vento, que lhe levou a vários lugares um diferente do outro, um deles tinha um morro afastado das serras que estavam ao seu redor, ele estava situado num lugar plano e o seu formato era arredondado e na sua superfície era também plana, e pelo tamanho da área seria possível até construir uma casa artificial sobre o mesmo.

  

Quando ele observava aquilo tudo, aquele morro já estava ficando para trás, pois aquela corrente parecia ter vontade própria, e se ele já tinha ficado fascinado com a serra que tinha aquele brilho tão forte agora o seu fascínio era tão grande quanto o anterior, pois ele avistou um aglomerado de pedras enormes, morros e serras e aquilo parecia ter sido esculpido por um artista muito inspirado, quem sabe o mesmo que esculpiu a pedra furada, ao pensar na pedra furada ele começou a cair como se não pudesse mais voar e como o vento tivesse parado de soprar e de lhe conduzir" continua.

AS ABELHAS E UMA FONTE DE ALIMENTO PARA O CABEÇA CHATA.

"Numa dessas caçadas o cabeça chata encontrou um enxame de insetos voadores (abelhas) e muito inocente ele enfiou a mão no exame e em seguida tirou bruscamente ao ser picado mutuamente por várias abelhas, aquela dor era muito forte e ele começou a imaginar que iria morrer como a sua parceira e seu filho, ao olhar para entre os dedos havia uma substância na qual tinha um sabor muito bom e era mais doce que as frutas que a natureza lhe oferecia após época das chuvas.

Com medo de cair sobre o seu cãozinho e matar o mesmo, como aconteceu com zil imaginando que iria morrer ele se deitou e ficou por muito tempo deitado e neste meio tempo ele caiu em um profundo sono e começou a sonhar com aquele mel, ao acordar o seu cãozinho estava lambendo a sua boca ai ele se deu conta de que não tinha morrido e aquelas picadas doíam, mas não matavam, eram iguais aos espinhos do pé de cansanção que ele plantou no tumulo da zazá e zil.

Como seus dedos estavam sujos de mel as abelhas ficavam lhe arrodeando como se estivesse protestando por ter tirado de sua colméia o seu produto que era uma reserva de alimento para épocas na qual não chovia, assustado com tantas abelhas ele se aproximou do fogo que estava acesso e as abelhas como num passe de mágica sumiram repentinamente, isso fez com que ele associasse que as abelhas tinham medo de fogo ou de fumaça, então ele resolveu que iria fazer um fogo debaixo do enxame para afastar as abelhas e assim ele fez e quando a fumaça começou a penetrar na colmeia as abelhas ficaram mansas e começaram a se afastar da colméia deixando o mel livre para o cabeça chata que por sua vez ficou muito feliz, pois ele acabara de descobrir mais uma fonte de alimento" continua...