sábado, 14 de janeiro de 2017

O BALÊ DESCOBRE A PLANTA ORIUNDA DO PAPACONHA

Na pedra furada o Terenos ao ter visto a serra com a árvore de vários frutos e a pedra brilhante ele resolveu ir confirmar se ela realmente estava no local onde ele tinha visto através da concha, então ele chamou a Flor e de cima do portal ele deu o comando para todos obedecerem a Flor na sua ausência e pegou algumas ferramentas e partiu para o rumo onde ficava a serra sagrada e no caminho ele sempre estava pressentindo que algo lhe acompanhava só que não era possível vê-lo, então ele imaginou o que poderia ser tal coisa, e abriu a concha, que logo emitiu uma forte luz, e esta luz criou um tubo de energia e dentro do mesmo ficava passando imagens de uma criança de uma perna só, um cãozinho muito peludo, um tatu branco gigante e por fim uma aranha de prata a mesma que tinha protegido o portal no momento da transição, e isso o fez chegar à conclusão de que todos que ele viu através da concha eram os protetores da serra sagrada ou da natureza em si.
Ao chegar ao local da serra sagrada o Terenos logo percebeu algo estranho, lá não tinha a árvore de vários frutos como ele tinha visto através da concha, e ao olhar para o paredão ele viu a luz que iluminava o local onde deveria ter uma árvore, mas só tinha um tronco apodrecido, e mais a baixo da luz havia outra luz, esta era de cor mais branda e avermelhada e a mesma pareciam pulsar, aumentando e diminuindo sua intensidade, como se estivesse um coração pulsando dentro da rocha, e dos dois lados das luzes havia tarugos como se fosse tornos para a sustentação dos amuletos como ele tinha visto através da concha, e depois de ter visto tudo isso o Terenos chegou à conclusão de que ali estavam faltando os dois amuletos e a árvore de vários frutos, então só restava ele pegar a árvore nascida das fezes do urubu rei que renasceu das cinzas e replantar ela no local do tronco da antiga árvore mãe e depois ir à busca do outro amuleto para completar todos os elementos e assim a natureza ficar em total harmonia.
Enquanto isso o Balê que já tinha passado por lugares que ele nunca imaginara ver um dia, chegou ao local onde o Terenos tinha tomado o amuleto do Papaconha, mas ele não sabia que ali tinha sido o local de tal fato, só que algo o fez parar e olhar o rio que era extenso, e largo, e ali próximo da margem estava uma planta e a mesma tinha uma coloração diferenciada, e não demorou muito veio um animalzinho e comeu uma das poucas folhas que ainda não tinha caído no solo úmido devido à proximidade do rio, e aquele animal que parecia filhote ao terminar de mastigar começou a cambalear e abaixou a cabeça depois suas pernas traseiras perderam força e com isso ele apoiou sua traseira no chão e logo se arriou para o lado direito e ficou agonizando e o Balê nada podia fazer, pois ele não tinha certeza de que o fato do animal estar agonizando era por ter comido a erva ou não, só uma coisa era certa aquela planta poderia ser venenosa, então ele resolveu ficar mais algum tempo observando a planta que apesar de não saber o Balê estava observando a planta nascida dos restos mortais do seu avô Papaconha.
Depois de um bom tempo ele percebeu que outro animal estava vindo à direção da planta e este era adulto, logo comeu uma das folhas e foi para a beira do rio e tomou alguns goles de água e caiu ali mesmo já morto, e aquele que era filhote e tinha comido também se levantou e andando cambaleando sumiu na mata, depois de ver tal cena o Balê chegou à conclusão de que se um filhote comece da planta ele ficaria tonto, mas não morreria e se um adulto comece não sentiria nada, só que se qualquer um dos dois comece e bebesse água com certeza seria fatal e sua morte seria certa, neste momento ao olhar para o leito do rio surge à imagem da Vitória Régia e sem pensar o Balê se joga n’água e ao se aproximar a sua mãe fala: você acaba de conhecer a planta oriunda dos restos mortais do seu bisavô Papaconha, e o Balê ficou calado por alguns segundos e retrucou: mas será que mesmo depois da renovação esta criatura ainda continua a fazer mal para a natureza! E sua mãe emite um som como se ela estivesse sorrindo e diz: não ele agora faz parte da natureza e para alguma coisa na natureza ele será útil, continua...

sábado, 7 de janeiro de 2017

O BALÊ MAIS UMA VEZ VÊ A SUA MÃE

Logo ao sair ele avistou um cágado com a mancha do portal no casco e o mesmo estava indo na direção que as abelhas tinham ido, isso o fez acreditar que era aquela direção que ele deveria seguir e então a jornada começou e sempre que ele encontrava um riacho que estava na rota ele aproveitava para ir via fluvial que era a forma que ele mais gostava.
Só que o Balê avistou o cágado por mais duas vezes no decorrer da jornada e isso o fez ficar encabulado, pois se o cágado era uma criatura que caminhava lentamente como ela estava na sua frente e parecia ser o mesmo, pois a mancha do portal estava no casco e não era comum um cágado com uma mancha do portal, mas ele chegou à conclusão de que poderia ser um grupo de cágados que estavam fazendo uma trilha para que lhe indicasse o caminho para o portal, e com isso ele seguiu a trajetória e foi passando por lugares onde ele nunca tinha imaginado existir, até que chegou ao local onde existiam duas cachoeiras gêmeas, então diante daquela deslumbrante paisagem ele ficou por algum tempo imaginando se estivesse com o seu irmão cada um ficaria com uma das cachoeiras e ambos poderiam brincar naquele reservatório gigante de águas cristalinas, tão cristalinas que era possível verem o fundo do reservatório e em meio aquela água uma variedade de pequenos peixes.
Com o olhar fixo para o fundo do reservatório, o Balê percebeu uma sombra grande se aproximando, e ele olhou para a superfície, e avistou uma vitória régia, e logo ele pulou n'água e foi no encontro ao que ele acreditava ser sua mãe biológica e chegando bem próximo, a planta se inclinou e ficou na vertical, e em meio aos tentáculos formados pelas raízes estava a forma humana de sua mãe, que esticou as raízes que pareciam tentáculos flutuantes e acariciou o Balê que já era homem feito e na sequencia ela falou: já se tornou um homem feito agora deve se tornar um sábio e para isso deve escolher as coisas com sabedoria, e como resposta o Balê lhe disse tudo começou quando fui à busca do amuleto para lhe transformar em forma humana e agora estou com o amuleto e posso fazer isso, pois já salvamos a natureza agora quero que minha mãe volte à forma humana, calma disse a vitória régia, tudo tem suas consequência e tudo não começou quando você resolveu fazer algo por mim e sim quando o Maracanã resolveu doar seus olhos para que através dele salvasse duas crianças que eram você e o Terenos, e se isso não tivesse acontecido hoje não havia natureza com o ser humano dominando-a, por isso quando for decidir algo veja tudo a sua volta e a consequência que sua decisão trará.
O Balê ficou pensativo e chegou a uma conclusão, que se transformasse sua mãe em forma humana, ela voltaria a ser mortal e um dia ela iria morrer e daí a natureza ficaria desprotegida sem a união dos dois amuletos, então seria mais obvio ter sua mãe em forma de planta para sempre e a natureza protegida do que sua mãe em forma humana por um pouco tempo, com a natureza desprotegida, depois de tais pensamentos o Balê foi até a borda da planta e subiu na mesma e lá ficou um bom tempo até que a planta afundou e ele que já estava cochilando acordou desesperado com peixinhos puxando a sua orelha e ao abrir os olhos percebeu que sua mãe tinha sumido então ele nadou até a margem do reservatório e com a certeza de que deveria juntar os amuletos ele continuou sua jornada rumo à pedra furada, continua...

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