Na pedra
furada o Terenos ao ter visto a serra com a árvore de vários frutos e a pedra
brilhante ele resolveu ir confirmar se ela realmente estava no local onde ele
tinha visto através da concha, então ele chamou a Flor e de cima do portal ele
deu o comando para todos obedecerem a Flor na sua ausência e pegou algumas
ferramentas e partiu para o rumo onde ficava a serra sagrada e no caminho ele
sempre estava pressentindo que algo lhe acompanhava só que não era possível
vê-lo, então ele imaginou o que poderia ser tal coisa, e abriu a concha, que
logo emitiu uma forte luz, e esta luz criou um tubo de energia e dentro do
mesmo ficava passando imagens de uma criança de uma perna só, um cãozinho muito
peludo, um tatu branco gigante e por fim uma aranha de prata a mesma que tinha
protegido o portal no momento da transição, e isso o fez chegar à conclusão de
que todos que ele viu através da concha eram os protetores da serra sagrada ou
da natureza em si.
Ao chegar ao
local da serra sagrada o Terenos logo percebeu algo estranho, lá não tinha a
árvore de vários frutos como ele tinha visto através da concha, e ao olhar para
o paredão ele viu a luz que iluminava o local onde deveria ter uma árvore, mas
só tinha um tronco apodrecido, e mais a baixo da luz havia outra luz, esta era
de cor mais branda e avermelhada e a mesma pareciam pulsar, aumentando e
diminuindo sua intensidade, como se estivesse um coração pulsando dentro da
rocha, e dos dois lados das luzes havia tarugos como se fosse tornos para a
sustentação dos amuletos como ele tinha visto através da concha, e depois de
ter visto tudo isso o Terenos chegou à conclusão de que ali estavam faltando os
dois amuletos e a árvore de vários frutos, então só restava ele pegar a árvore
nascida das fezes do urubu rei que renasceu das cinzas e replantar ela no local
do tronco da antiga árvore mãe e depois ir à busca do outro amuleto para
completar todos os elementos e assim a natureza ficar em total harmonia.
Enquanto isso
o Balê que já tinha passado por lugares que ele nunca imaginara ver um dia,
chegou ao local onde o Terenos tinha tomado o amuleto do Papaconha, mas ele não
sabia que ali tinha sido o local de tal fato, só que algo o fez parar e olhar o
rio que era extenso, e largo, e ali próximo da margem estava uma planta e a
mesma tinha uma coloração diferenciada, e não demorou muito veio um animalzinho
e comeu uma das poucas folhas que ainda não tinha caído no solo úmido devido à
proximidade do rio, e aquele animal que parecia filhote ao terminar de mastigar
começou a cambalear e abaixou a cabeça depois suas pernas traseiras perderam
força e com isso ele apoiou sua traseira no chão e logo se arriou para o lado
direito e ficou agonizando e o Balê nada podia fazer, pois ele não tinha
certeza de que o fato do animal estar agonizando era por ter comido a erva ou
não, só uma coisa era certa aquela planta poderia ser venenosa, então ele resolveu
ficar mais algum tempo observando a planta que apesar de não saber o Balê
estava observando a planta nascida dos restos mortais do seu avô Papaconha.
Depois de um
bom tempo ele percebeu que outro animal estava vindo à direção da planta e este
era adulto, logo comeu uma das folhas e foi para a beira do rio e tomou alguns
goles de água e caiu ali mesmo já morto, e aquele que era filhote e tinha
comido também se levantou e andando cambaleando sumiu na mata, depois de ver
tal cena o Balê chegou à conclusão de que se um filhote comece da planta ele
ficaria tonto, mas não morreria e se um adulto comece não sentiria nada, só que
se qualquer um dos dois comece e bebesse água com certeza seria fatal e sua
morte seria certa, neste momento ao olhar para o leito do rio surge à imagem da
Vitória Régia e sem pensar o Balê se joga n’água e ao se aproximar a sua mãe
fala: você acaba de conhecer a planta oriunda dos restos mortais do seu bisavô
Papaconha, e o Balê ficou calado por alguns segundos e retrucou: mas será que
mesmo depois da renovação esta criatura ainda continua a fazer mal para a
natureza! E sua mãe emite um som como se ela estivesse sorrindo e diz: não ele
agora faz parte da natureza e para alguma coisa na natureza ele será útil, continua...