sábado, 8 de abril de 2017

O TERENOS FINALMENTE ENCONTRA O BALÊ

Sem saber o que fazer o Terenos rapidamente pegou a concha e a abriu para ver se conseguia enxergar algo que lhe desce uma direção para conseguir encontrar o outro amuleto, e ao imaginar o outro amuleto e olhar para os olhos da concha, ele começou a ver o Balê já próximo do portal, com o amuleto em seu poder, então, ele logo decidiu que iria de encontro com o seu irmão para convencê-lo de que ele deveria doar o amuleto para a natureza para que a mesma ficasse em equilíbrio total, como uma maquina que só funciona com perfeição se todas as peças estiverem colocadas no local certo, mas ao olhar por alguns minutos percebeu que o Balê estava com problemas o mesmo parecia estar ressecando e onde ele se encontrava não tinha nenhum rio próximo para ele se hidratar sua pele que estava criando escamas, sem pensar muito o Terenos correu até a caverna onde ele morava e apanhou uma cabaça e com ela vazia saiu em direção onde estava o Balê e no caminho ele tinha certeza que encontraria algum caldeirão d’água sobre as rochas, e encheria a cabaça para quando encontrasse o seu irmão, o salvasse, hidratando-o com água.
Depois de correr por alguns minutos ele como era conhecedor de toda a mata passou sobre um enorme lajedo e no centro do mesmo havia uma grande depressão onde estava retida uma grande quantidade de água, e ali ele encheu a cabaça e continuou seu trajeto e não demorou muito ele ouviu umas gralhas cancãs gritando desesperadamente, com isso o Terenos logo chegou ao local e se deparou com o Balê já desmaiado devido o calor e por entre as suas escamas alguns tipos de insetos já tentando penetrar no seu corpo para se alimentar, eram formigas, e alguns outros insetos, ao ver tal cena logo o Terenos arrastou seu irmão para debaixo de uma árvore de sombra muita fresca e depois jogou água por todo o seu corpo e com isso as escamas foram se fechando os insetos ao ser encharcado as escamas automaticamente foram jogados para fora do corpo do Balê, e depois foi oferecido água na sua boca e quando o liquido penetrou em suas veias toda sua vitalidade se restabeleceu e ao se levantar o Balê fez gestos de que queria cumprimentar o seu irmão querido e os dois entrelaçaram os braços um de costas para o outro e deram várias cambalhotas lembrando do tempo que eram apenas crianças e viviam com o velho Bily.
Depois do cumprimento o Terenos contou tudo para o Balê, sobre a serra sagrada, sobre o fato de ele ter visto os amuletos dependurados na serra e também do fato da árvore ter sido arrancada e carregada pelo enxame de pequenas abelhas nativas iguais as que tinham no esconderijo onde o Bily tinha deixado a concha, e depois de tal relato os dois partiram com muita pressa para o local da serra sagrada, pois agora os dois amuletos estavam ali e seria possível concluir todos os elementos porque o que faltava era a árvore e os dois amuletos, como as abelhas já estavam levando a árvore e eles estavam levando os amuletos, talvez tudo viesse a terminar bem...

sábado, 25 de fevereiro de 2017

UM POEMA PARA DESCREVER O AMOR AO PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA - PI








POEMA – SERRA DA CAPIVARA DE BELEZA RARA

Serra da Capivara que aos gringos seduz
Com esculturas naturais e serras azuis
Retrata nossa história de uma Era passada
Com pinturas rupestres e a pedra furada.

Muitos paredões rústicos de rochas de arenitos
Que com o tempo e erosão se tornam mais bonitos
Tem artefatos e fósseis no chão enterrado
E através do parque nacional preserva este legado.

Nos boqueirões, chapadas e em cavernas naturais
Abrigava muitos tipos de plantas, aves e animais
Tinha preguiças, tatus gigantes e mastodontes
E nuvens de andorinhas revoando nos horizontes.

Hoje nos encanta com seus lindos artesanatos
Divulgando a nossa cultura em vários formatos
Tem um belo museu de categoria futurista
Que mostra nosso passado e encanta os turistas.

Em meio à mata branca, bioma único chamado caatinga
Com pouca água enverdece, onde a chuva respinga
Lá tem maçaroca, zabelê, jaguatirica e onça pintada
Tem tatu verdadeiro, tamanduá e asa branca de revoada.
  
Ganhou uma madrinha que lhe pesquisou com muito dom
Mulher de muita valia que se chama Niède Guidon
Trouxe o progresso e tecnologia para esta terra querida
E com amor à arqueologia dedicou toda a sua vida.

Hoje patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO
Com este título se tornou ainda mais gigantesco
Lugar de grande biodiversidade e de beleza rara
Te amo de coração Parque Nacional Serra da Capivara.

Autor - Valter Rodrigues Cavalcante








domingo, 19 de fevereiro de 2017

O Balê descobre que o outro amuleto já está a salvo com seu irmão Terenos

Amuletos de Mucunã
A planta flutuou e encostou-se ao Balê que já era homem feito e acariciou com suas raízes grandes e flexíveis e depois pediu que ele subisse nela e lentamente nadou para o outro lado do rio e já na margem doutro lado pediu que ele seguisse rumo à pedra furada, pois os amuletos deveriam ser juntos, pois a natureza apesar de estar em equilíbrio precisava também de estar em proteção e esta proteção dependia dos dois amuletos e um já estava com o Terenos, ao saber de que o outro amuleto já estava nas mãos do seu irmão, certo conforto veio em seu coração, e o Balê desceu de cima de sua mãe e ao caminhar na beira do rio pisou em um local onde a terra estava mole, e com isso caiu, e com o susto ele olhou para sua mãe e ela já não estava mais lá.
E no momento em que ele começava a caminhar ele olhou para o outro lado do rio e avistou um cágado já se aproximando do rio vindo à sua direção, isso deu a certeza de que estava no caminho certo e ao seguir no sentido norte ele avistou outro cágado, e parecia que uma porção daqueles animais, por algum motivo estava indo para o portal da pedra furada e isso era bom, pois através deles o Balê podia se guiar, e enquanto isso o Terenos que estava indo para o portal no intuito de pegar a planta nascida das fezes do urubu rei para plantar na serra sagrada, logo começou a ouvir um zumbido forte em seus ouvidos e ele não conseguia definir se o barulho estava vindo de fora pra dentro ou de dentro pra fora, e aquilo estava lhe deixando perturbado, só que ao chegar ao local da árvore ele avistou a mesma toda envolvida por um enxame gigante de pequenas abelhas nativas, e o céu ficou alaranjado, e aquele enxame arrancou a árvore e a mesma no centro daquela bola de abelhas foi sendo conduzida para o local onde estava a serra sagrada, até parecia que aqueles insetos já sabiam o local onde a planta deveria ficar.

sábado, 14 de janeiro de 2017

O BALÊ DESCOBRE A PLANTA ORIUNDA DO PAPACONHA

Na pedra furada o Terenos ao ter visto a serra com a árvore de vários frutos e a pedra brilhante ele resolveu ir confirmar se ela realmente estava no local onde ele tinha visto através da concha, então ele chamou a Flor e de cima do portal ele deu o comando para todos obedecerem a Flor na sua ausência e pegou algumas ferramentas e partiu para o rumo onde ficava a serra sagrada e no caminho ele sempre estava pressentindo que algo lhe acompanhava só que não era possível vê-lo, então ele imaginou o que poderia ser tal coisa, e abriu a concha, que logo emitiu uma forte luz, e esta luz criou um tubo de energia e dentro do mesmo ficava passando imagens de uma criança de uma perna só, um cãozinho muito peludo, um tatu branco gigante e por fim uma aranha de prata a mesma que tinha protegido o portal no momento da transição, e isso o fez chegar à conclusão de que todos que ele viu através da concha eram os protetores da serra sagrada ou da natureza em si.
Ao chegar ao local da serra sagrada o Terenos logo percebeu algo estranho, lá não tinha a árvore de vários frutos como ele tinha visto através da concha, e ao olhar para o paredão ele viu a luz que iluminava o local onde deveria ter uma árvore, mas só tinha um tronco apodrecido, e mais a baixo da luz havia outra luz, esta era de cor mais branda e avermelhada e a mesma pareciam pulsar, aumentando e diminuindo sua intensidade, como se estivesse um coração pulsando dentro da rocha, e dos dois lados das luzes havia tarugos como se fosse tornos para a sustentação dos amuletos como ele tinha visto através da concha, e depois de ter visto tudo isso o Terenos chegou à conclusão de que ali estavam faltando os dois amuletos e a árvore de vários frutos, então só restava ele pegar a árvore nascida das fezes do urubu rei que renasceu das cinzas e replantar ela no local do tronco da antiga árvore mãe e depois ir à busca do outro amuleto para completar todos os elementos e assim a natureza ficar em total harmonia.
Enquanto isso o Balê que já tinha passado por lugares que ele nunca imaginara ver um dia, chegou ao local onde o Terenos tinha tomado o amuleto do Papaconha, mas ele não sabia que ali tinha sido o local de tal fato, só que algo o fez parar e olhar o rio que era extenso, e largo, e ali próximo da margem estava uma planta e a mesma tinha uma coloração diferenciada, e não demorou muito veio um animalzinho e comeu uma das poucas folhas que ainda não tinha caído no solo úmido devido à proximidade do rio, e aquele animal que parecia filhote ao terminar de mastigar começou a cambalear e abaixou a cabeça depois suas pernas traseiras perderam força e com isso ele apoiou sua traseira no chão e logo se arriou para o lado direito e ficou agonizando e o Balê nada podia fazer, pois ele não tinha certeza de que o fato do animal estar agonizando era por ter comido a erva ou não, só uma coisa era certa aquela planta poderia ser venenosa, então ele resolveu ficar mais algum tempo observando a planta que apesar de não saber o Balê estava observando a planta nascida dos restos mortais do seu avô Papaconha.
Depois de um bom tempo ele percebeu que outro animal estava vindo à direção da planta e este era adulto, logo comeu uma das folhas e foi para a beira do rio e tomou alguns goles de água e caiu ali mesmo já morto, e aquele que era filhote e tinha comido também se levantou e andando cambaleando sumiu na mata, depois de ver tal cena o Balê chegou à conclusão de que se um filhote comece da planta ele ficaria tonto, mas não morreria e se um adulto comece não sentiria nada, só que se qualquer um dos dois comece e bebesse água com certeza seria fatal e sua morte seria certa, neste momento ao olhar para o leito do rio surge à imagem da Vitória Régia e sem pensar o Balê se joga n’água e ao se aproximar a sua mãe fala: você acaba de conhecer a planta oriunda dos restos mortais do seu bisavô Papaconha, e o Balê ficou calado por alguns segundos e retrucou: mas será que mesmo depois da renovação esta criatura ainda continua a fazer mal para a natureza! E sua mãe emite um som como se ela estivesse sorrindo e diz: não ele agora faz parte da natureza e para alguma coisa na natureza ele será útil, continua...

sábado, 7 de janeiro de 2017

O BALÊ MAIS UMA VEZ VÊ A SUA MÃE

Logo ao sair ele avistou um cágado com a mancha do portal no casco e o mesmo estava indo na direção que as abelhas tinham ido, isso o fez acreditar que era aquela direção que ele deveria seguir e então a jornada começou e sempre que ele encontrava um riacho que estava na rota ele aproveitava para ir via fluvial que era a forma que ele mais gostava.
Só que o Balê avistou o cágado por mais duas vezes no decorrer da jornada e isso o fez ficar encabulado, pois se o cágado era uma criatura que caminhava lentamente como ela estava na sua frente e parecia ser o mesmo, pois a mancha do portal estava no casco e não era comum um cágado com uma mancha do portal, mas ele chegou à conclusão de que poderia ser um grupo de cágados que estavam fazendo uma trilha para que lhe indicasse o caminho para o portal, e com isso ele seguiu a trajetória e foi passando por lugares onde ele nunca tinha imaginado existir, até que chegou ao local onde existiam duas cachoeiras gêmeas, então diante daquela deslumbrante paisagem ele ficou por algum tempo imaginando se estivesse com o seu irmão cada um ficaria com uma das cachoeiras e ambos poderiam brincar naquele reservatório gigante de águas cristalinas, tão cristalinas que era possível verem o fundo do reservatório e em meio aquela água uma variedade de pequenos peixes.
Com o olhar fixo para o fundo do reservatório, o Balê percebeu uma sombra grande se aproximando, e ele olhou para a superfície, e avistou uma vitória régia, e logo ele pulou n'água e foi no encontro ao que ele acreditava ser sua mãe biológica e chegando bem próximo, a planta se inclinou e ficou na vertical, e em meio aos tentáculos formados pelas raízes estava a forma humana de sua mãe, que esticou as raízes que pareciam tentáculos flutuantes e acariciou o Balê que já era homem feito e na sequencia ela falou: já se tornou um homem feito agora deve se tornar um sábio e para isso deve escolher as coisas com sabedoria, e como resposta o Balê lhe disse tudo começou quando fui à busca do amuleto para lhe transformar em forma humana e agora estou com o amuleto e posso fazer isso, pois já salvamos a natureza agora quero que minha mãe volte à forma humana, calma disse a vitória régia, tudo tem suas consequência e tudo não começou quando você resolveu fazer algo por mim e sim quando o Maracanã resolveu doar seus olhos para que através dele salvasse duas crianças que eram você e o Terenos, e se isso não tivesse acontecido hoje não havia natureza com o ser humano dominando-a, por isso quando for decidir algo veja tudo a sua volta e a consequência que sua decisão trará.
O Balê ficou pensativo e chegou a uma conclusão, que se transformasse sua mãe em forma humana, ela voltaria a ser mortal e um dia ela iria morrer e daí a natureza ficaria desprotegida sem a união dos dois amuletos, então seria mais obvio ter sua mãe em forma de planta para sempre e a natureza protegida do que sua mãe em forma humana por um pouco tempo, com a natureza desprotegida, depois de tais pensamentos o Balê foi até a borda da planta e subiu na mesma e lá ficou um bom tempo até que a planta afundou e ele que já estava cochilando acordou desesperado com peixinhos puxando a sua orelha e ao abrir os olhos percebeu que sua mãe tinha sumido então ele nadou até a margem do reservatório e com a certeza de que deveria juntar os amuletos ele continuou sua jornada rumo à pedra furada, continua...

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