Na jornada do
Balê ele vinha observando todos os animais e logo apareceu um ser que parecia
com o Glu só que em tamanho pequeno e a sua boca era muito cumprida e a cabeça
parecia inchada é como se o cérebro tivesse crescido além do que deveria e o
Balê estava cansado só que não queria parar a jornada e parecia que aquela
criatura tinha lido os seus pensamentos e tinha vindo lhe ajudar e na sequencia
a criatura deu um corrupio e passou debaixo do Balê encaixando as pernas do
mesmo na extremidade entre o seu corpo e a sua cabeça e nadou no sentido que o
Balê pretendia ir e logo foram chegando vários cetáceos iguais ao fofinho nome
dado pelo Balê à criatura que estava lhe carregando e quando nadaram por um bom
tempo o fofinho em um malabarismo impressionante passou o Balê para outro ser
igual a ele e assim foi sendo conduzida a jornada do Balê até chegar ao local
onde tinha os encontros das águas doces com as salgadas e de lá ele teria que
se desmembrar do fofinho e dos irmãos do mesmo, que o Balê chegou à conclusão
de que eles eram nascidos dos óvulos que tinham explodido do Glu, por isso eles
tinha o poder de se comunicar com outros animais.
Só que sem a
ajuda dos cetáceos ele não conseguiria atravessar o encontro das águas porque
quando ele veio a água estava ao seu favor e agora ela estava contra, e mais
uma vez o fofinho resolveu ajudar o Balê, pois ao ler o pensamento do mesmo o
fofinho logo se comunicou com uma espécie de peixes que sempre fazia a piracema
que era o caminho contra a correnteza, e através da comunicação ele pediu que
conduzisse o Balê até os rios de água doce, e não demorou muito o rei dos mares
foi sendo levado por um cardume de pequenos peixes que pareciam voar na
superfície das águas turbulentas, e ao passar por aquele local os peixes se
espalharam e seguiram sua missão e o Balê nadou por algum tempo e depois
resolveu descansar um pouco e encontrou uma loca na margem do rio e ali se
acomodou e depois de alguns minutos já cochilando acordou com um beliscão em
sua perna e ao olhar viu um caranguejo todo armado como que se quisesse brigar,
então ele saiu da loca e perguntou: porque está tão bravo e o pequeno valente
disse: você invadiu a casa do meu irmão e ele é muito bravo.
O Balê
imaginando que o irmão dele era outro caranguejo logo falou: mas aqui cabemos
nós três, e o pequeno valente disse: não claro que não o meu irmão é gigante e
ele tem dentes afiados pode lhe machucar, e em meio aquela conversa chegou uma
ariranha e avistou o caranguejo com a posição de um lutador e ao encostar o
pequeno valente falou: este estranho quer tomar nosso abrigo irmão, e eu estou
expulsando ele daqui, a ariranha já conhecendo o irmão que tinha, o deixou
resmungando e logo foi cumprimentar o Balê, se apresentou como Ari e perguntou
o que trazia o Balê àquele local, e ele respondeu que estava indo para terra
seca onde havia uma pedra furada no meio da mata, e a Ari logo falou: não
conseguirá, pois no seu caminho existe uma barreira que se algum animal tenta
atravessar simplesmente é devorado e isso aconteceu com os meus pais, lá
existem monstros dos rios, o Balê meio confuso primeiro perguntou por que o
caranguejo fala que é seu irmão e a Ari respondeu isso começou no dia em que
fiquei sem meus pais e tive que sair pra caçar e avistei um pequeno animal que
estava tentando comer o pequeno valente e eu fui ajuda-lo e acabei descobrindo
como se alimentar de pequenos animais e ainda o salvei, e desde então ele me
chama de irmão e não me largou mais.
Depois de
ouvir a história da Ari o Balê ficou um tempo calado e quebrou o silêncio
dizendo: eu consigo atravessar a barreira, e a Ari deu um sorriso mostrando
seus dentes amarelos que ainda tinha uma barbatana de um peixe cravada na sua
gengiva, então o Balê pediu que lhe seguisse e chegando ao local onde estava
infestado de jacarés, e depois ficaram parados, e a Ari logo perguntou: como
faremos pra atravessar? E o Balê respondeu não sejamos iguais ao pequeno
valente que já ataca mesmo sabendo que não tem chance nenhuma, tudo no mundo tem
que fazer com sabedoria, agora nós vamos esperar o sol esquentar que você terá
a resposta, e não demorou muito o sol surgiu e todos os jacarés subiram às
margens do rio para se aquecerem, e o canal ficou totalmente limpo dos monstros
como dizia a Ari.
E então o
caranguejo que nunca tinha atravessado aquele canal, ficou muito feliz e
começou a chamar o Balê de irmão também, e logo se viu em um local novo e ao
andar um pouco já chegou a um manguezal onde estava repleto de caranguejos da
sua mesma espécie, e então ele finalmente encontrou os seus irmãos verdadeiros
e a Ari que já estava acostumada com o pequeno valente, quis se despedir dele,
só que em meio a tantos iguais a ele não conseguiu acha-lo e então se despediu
do Balê e voltou para a sua loca com o conhecimento de como travessar o canal
dos monstros dos rios, e o Balê certo de que tinha ajudado de alguma forma o
caranguejo a encontrar a sua família e a ariranha a conhecer outros horizontes,
e a sua jornada deveria continuar e dias a dias ele nadou contra as correntezas
em busca do local onde tinha ficado os restos mortais do velho Bily, mas lá
tudo tinha sido queimado mais alguma energia positiva havia de ter, e a visita
aonde o Bily tinha sido enterrado talvez acalmasse o seu coração que estava
apertado por um sentimento que ele não conhecia.