"Quando chegou à terra original o velho
Guru-Guru percebeu que as árvores tinha florado, mas as flores não tinham
germinado com isso ele percebeu que algo tinha dado errado e vendo o Quiza
chegar cansado perguntou o porquê de tanta canseira e ele relatou que tinha
relutado e conseguido deixar a serpente no mundo de cabeça pra baixo e ouvindo
aquilo o Guru-Guru logo percebeu que o motivo das plantas não estar dando fruto
é o fato de ter ficado um dos que foram da terra original no mundo de cabeça
pra baixo e este alguém era a serpente samambaia que era originaria de um
homem, e neste momento começou a reclamação de que todos estavam com fome,
então o Guru-Guru chamou o Vador e perguntou onde você plantou o cordão
umbilical do Mucunã e o homem apontou o rumo onde estava o pacote com isso o
velho em voz alta disse: vá lá Vador e mostre a planta nascida do umbigo do
Mucunã e retire água do cipó, pois esta água tem valor energético e saciará a
sede e fome de todos.
Chegando lá o Vador avistou um cipó gigante
que tinha tomado toda a mata entrelaçando nos galhos das árvores ali existentes
e com uma ferramenta o Vador cortou em dois golpes sendo um em cima e outro em
baixo e logo começou a borbulhar e sair muito líquido e como o velho já tinha
dito que haveria a água uma cuia foi levada para juntar o líquido energético e
todos foram tomando daquela água extraída do pé de mucunã e saciando a sede e
fome como disse o velho Guru-Guru, mas uma coisa tinha que ser feita para que a
terra começasse sem erros e o único jeito era voltar ao mundo de cabeça pra
baixo e resgatar a serpente samambaia e o único que poderia fazer tal feito era
o mucunã, pois ele era nascido lá e tinha poder adquirido naquele mundo.
O velho reuniu os pais do Mucunã e falou
sobre o que ele deveria fazer para que a terra não começasse de forma errada,
então o Quiza e Rani ficaram um pouco apreensivos, mas logo aceitaram a ideia
da criança ir ao resgate da serpente mesmo porque aquela criança tinha poderes
muito especiais, talvez ele conseguisse fazer tal missão sem colocar em risco
sua integridade física com isso o Quiza foi até o Mucunã que já estava bem
grandinho e explicou tal missão e o motivo e causa dele ter que cumpri-la.
A criança que já estava grande o bastante
para entender o que estava acontecendo e ela era uma criança diferenciada logo
aceitou, mas exigiu que a iguana guaru fosse com ele, pois ele sabia que a
iguana tinha a saliva que deixava a serpente cega por um bom tempo, com isso o
velho Guru-Guru foi até uma caverna e voltou com uma espécie de saco feito com
fibras de uma palmeira que tinha nascido na baixada mais próxima da pedra
furada e também ele trouxe uma semente extraída do pé de cipó originário do
cordão umbilical do próprio Mucunã e uma cabaça cheia do líquido energético
também extraído do tal cipó e em frente aos que se encontravam ali o velho
pegou a cabaça e derramou um pouco do líquido no caroço da mucunã e para
surpresa de todos, todo aquele líquido foi sugado para dentro do caroço que
parecia um olho e após o velho batizar aquela semente ele pediu que um dos curiosos
que observava o acontecido fosse até a mata e trouxesse aquela cabaça cheia de
líquido energético extraído do pé de mucunã.
O homem de nome Vador se prontificou e logo
foi na direção da mata e enquanto isso o Mucunã recebeu do velho a semente
batizada com líquido da própria planta e o saco feito de fibras e depois
ficaram esperando a chegada do Vador com o líquido e não demorou muito ele
chegou e ao entregar a cabaça para o menino o mesmo colocou a cabaça dentro do
saco e com uma fita de caroá ele fez um colar amarrando o caroço de mucunã e
colocou em seu pescoço e na sequência ele desejou que todos ficassem bem e deu
um beijo em seus pais e logo subiu o portal que não tinha aberto a passagem
então por alguns minutos ele através da mente tentou se comunicar com a
serpente e neste momento a passagem surgiu em forma de arco-íris e no mesmo
momento apareceu a aranha de prata que quando o Mucunã entrou no portal já
tomou toda a extensão da pedra furada para impedir que ninguém entrasse ou
saísse" continua...
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