sábado, 4 de fevereiro de 2012

QUANDO O BILY DESCOBRE O NASCIMENTO DOS GÊMEOS QUE SALVARÁ A NATUREZA.

PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA - PI
"Só que quando ele tinha visto através do olho direito do Maracanã o futuro era uma natureza devastada, e na renovação a nova natureza não havia o ser humano, e sim uns vultos onde seriam preenchidos por um ser escolhido pela natureza, que poderia ser o próprio ser humano, ou não, isso queria dizer que ele teria que fazer algo para natureza para que ela se convencesse em deixar o ser humano como o ser dominante e protetor dela, depois dele ficar martelando a sua mente em busca de resposta ele resolveu sair um pouco para distrair a sua mente e ao passar na queda d’água ficou debaixo da mesma por alguns minutos e aquela água batendo forte na sua cabeça fez ele se sentir leve e renovado, então ele ficou na beira do rio observando o mesmo e percebeu que naquele lugar o rio era limpo e os peixes viviam felizes e aquele lugar era desconhecido pela maioria dos seres humanos, enquanto os outros estavam totalmente assoreados e lá a maioria dos seres humanos usavam eles como recurso, talvez o ser humano faz o mal a natureza sem nem mesmo perceber, e ainda se julga inteligente, depois de pensar bastante o Bily resolveu voltar para a caverna da cachoeira.

Chegando lá ele foi até a concha dos olhos do Maracanã, e antes ele pensou que até agora ele tinha visto duas eras antes do seu tempo e uma era após o seu tempo, mas para entender realmente o que estava acontecendo ele deveria ver um passado próximo e com este pensamento ele imaginou de onde tinha vindo o Maracanã, e ao abrir a concha o olho esquerdo emitiu uma forte luz e ele começou a ver um homem que era o ancestral do Maracanã sendo morto por outro homem que tinha roubado o primeiro amuleto sagrado e na sequencia este homem que esta com o amuleto também é ferido e um cachorro voador pega o individuo e leva para o alto mar e solta o mesmo dentro d’água e o amuleto se solta do mesmo e um peixe gigante engole o amuleto, o ancestral do Maracanã chama-se Mucunã e através de um coração de pedra trazido pelo seu pai da serra sagrada ele volta a vida e recebe um outro amuleto sagrado e este Mucunã era o mensageiro dos conceitos da natureza e foi tendo filhos e estes filhos foram sendo instruídos a seguir a tradição de mensageiros em prol da natureza.
  
E o ultimo dos seus descendentes era o Maracanã que não teve o coração de pedra para lhe salvar da morte, e pelo que o Bily tinha entendido só restavam dois amuletos, porque se tinham mais os mesmos já tinham sido extintos e um estava debaixo do oceano e o outro estava em poder do Papaconha, para entender melhor o Bily fechou a concha e pensou no futuro próximo, então ele viu uma mulher que era a primeira filha da Formosa tendo dois filhos gêmeos e um tinha as características de peixe e o outro era normal e ambos tinham o sangue do Maracanã, pois a sua mãe era filha da Formosa com o Maracanã e talvez eles fossem os que iam salvar a natureza, pois o Bily já estava ficando muito velho e não tinha muito tempo para tal missão, então ele vendo que o lugar onde iam nascer às crianças ficava em um aglomerado de serras onde na parte de baixo destas serras estava o mar, ele começou uma caminhada para este local.

Antes ele foi à sua tribo e pediu para uma amiga confeccionar uma capanga no formato da concha e com caroás, e a mesma tinha que ter duas embiras para que ele amarrasse na cintura para que a concha não se separasse dele com facilidade, e também pediu que ela confeccionasse um saco com que tivesse dois repartimentos, e que também tivesse embiras para ele amarrar o mesmo nas costas e assim foi feito pela sua amiga artesã e depois ele foi até a caverna da cachoeira e apanhou a concha e colocou na capanga e amarrou na cintura, e com o saco ele seguiu rumo a norte de onde ele estava, e depois de muito tempo ele chegou a uma tribo de costumes estranhos, e ficou por ali, e num certo momento ele pegou a concha e olhou para o olho direito, então ele viu a mulher tendo os filhos e morrendo na sequencia e como uma das crianças era especial com características de peixe elas seriam sacrificadas, pois os membros daquela tribo acreditavam que eles trariam maldição para todos, porque o nascimento deles já tinha matado até mesmo a própria mãe, e como de costume se nascesse uma criança com alguma deficiência ela teria que ser sacrificada, vendo aquilo o Bily chegou à conclusão de que a sua missão era salvar os gêmeos para que eles salvassem a natureza.

Sabendo disso o velho Bily ficou sempre próximo da Vitória Régia que era filha da Formosa e numa noite de lua cheia, ele viu a Vitória Régia sair rumo ao mato, e lá ela começou a sentir dor e o velho Bily chegou ao momento do nascimento dos dois, e ele ajudou a pegar as crianças, e ao olhar para o corpo dos dois percebeu que ambos tinham uma mancha bem nas costas, na sequencia ele colocou um em cada repartimento do saco amarrou o mesmo nas costas e olhando para a Vitória Régia já morta, ele apanhou a mulher em seus braços, e levou até um riacho que tinha ali próximo, e a colocou dentro do leito, e ao soltar a mesma, ela ficou flutuando e o velho viu aquela mulher se transformar em uma flor muito grande de cor verde, e neste momento aparece uma criança daquela tribo a mesma já estava chegando à adolescência e curioso perguntou para o velho Bily que tipo de planta aquática era aquela? e o velho respondeu: esta é a Vitória Régia, e o garoto saiu para contar para os seus pais e parentes sobre a nova planta que o velho tinha descoberto.

O velho com as crianças nas costas sabia que tinha que sair daquela tribo o mais rápido possível, pois se os membros daquela tribo soubessem da existência dos bebês especiais com certeza mataria os mesmos e mataria até mesmo o velho por ter ajudado a salvar as crianças amaldiçoadas no entender deles, mas o velho estava salvando os mesmos porque eram crianças especiais e abençoadas pela natureza e elas eram quem viriam a salvar a humanidade da próxima renovação, logo o velho Bily saiu na direção das serras que davam acesso ao mar e chegando num local onde tinha umas espécies de pequenas frutas vermelhas ele parou comeu um pouco de frutas e pegou a concha e imaginou onde teria uma caverna igual à caverna da cachoeira, e olhou para o olho direito e avistou uma caverna que tinha uma cachoeira ao lado não era igual, mas dava para camuflar a mesma para que ninguém percebesse que lá existia uma caverna.

E aquela caverna estava a poucos metros de onde ele estava e chegando lá ele amarrou o saco nas raízes das árvores que ficavam expostas dentro da caverna e as crianças ficaram acomodadas em uma espécie de rede, e o velho cuidou de camuflar o local para que nenhum animal percebesse que ali havia uma caverna, mas depois dele estar convencido de que tinha feito um bom trabalho as crianças começaram a chorar muito devido à fome, e para sua surpresa uma macaca coloca sua cabeça dentro da caverna, e vendo as crianças ela vai até elas e apanha as mesmas nos braços e começa amamentar os dois, e o Bily fica admirado com aquela cena e depois a macaca saiu e de tempos em tempos ela vinha e amamentava as crianças, só que a criança que tinha característica de peixe começou a chorar muito, mesmo tendo sido amamentada, e o velho sem saber o porquê foi até a cachoeira e pegou um pouco d’água e deu para o bebê e ele parou de chorar, mas não demorou muito ele voltou a chorar, e o Bily sabendo que não era sede e nem fome resolveu ir atrás de uma planta que as fêmeas da sua tribo costumavam dar para os recém-nascidos quando eles estavam chorando sem um motivo certo.

Depois de muito tempo procurando a erva ele voltou para a caverna e chegando lá avistou um colibri jogando água no ouvido do bebê com característica de peixe e o mesmo tinha parado de chorar e no momento em que o beija-flor colocava água ele começava a sorrir e aquele colibri de cor verde por varias vezes foi até o riacho e encheu o bico de água e jogou nos ouvidos da criança, então o velho chegou à conclusão de que aquela criança deveria estar sempre molhada e a partir daquele dia o velho Bily pegou uma casca de uma árvore e tampou as laterais da mesma com uma seiva visguenta extraída de outra árvore que ficava perto da cachoeira e com isso ele criou uma espécie de recipiente ou vasilha e com essa vasilha ele apanhava água no rio formado pela cachoeira e deixava ao lado da criança e a cada meia hora ele jogava um pouco daquela água na criança que com isso parou de chorar"...

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